segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A Democracia Chinesa de Axl Rose

Precisaria de mais de um post para me aventurar no assunto Guns n' Roses e a megalomania de Axl. E estou pensando seriamente em fazê-lo, porque na verdade eu pretendia mesmo era falar do novo CD do Axl Rose... humm, deveria dizer Guns n' Roses?

Não há como não comparar qualquer projeto que os antigos membros do Guns venham a produzir com seus memoráveis trabalhos até 1993. Eles foram uma das maiores bandas de todos os tempos e isso é um fato que não se pode ignorar. Slash, Duff e Matt, apesar do Velvet ser uma banda do caralho, na sua fase pós Guns já se aventuram por outros projetos. O Slash's Snakepit, o The Cult e o projeto do Duff não bombaram absurdo, mas mostram como eles são comprometidos com a música. Que o que mais importa é tocar por aí e se divertir.

Tenho uma crítica a fazer a quem tem criticado o Axl. Li na Época dessa semana uma matéria sobre o Chinese Democracy e isso me deixou um pouco p... da vida com quem escreveu (não vou citar o nome, vá na revista e veja). Nota-se claramente que o jornalista que fez a resenha sobre o tão aguardado álbum do Guns não escutou direito o CD. Aposto que foi escutando os primeiros 30 segundos de cada música e passando.

Não sou um fã do Axl. Ele cantava bem e o escambau, mas quem mandava mesmo ero o Guns; isso mesmo, todo mundo junto. O Velvet é legal mas não é o Guns. Nem o Duff usa mais os mesmo timbres no baixo. O Scott é o showman (presenciei isto) e o Slash, sem comentários. Mas o Axl...
Eu teria milhões de coisas pra falar dele, ainda mais após ter lido a autobiografia do Slash, onde ele descasca o William Bruce Bailey, mas ao mesmo tempo não gosta que ninguém fale mal dele (diferente isso né). Prefiro discorrer sobre o presente, vamos falar do
Chinese Democracy.

Um Panorama Geral:

O álbum é qualquer coisa, menos o antigo Guns. Isso não quer dizer que seja ruim, muito pelo contrário, é excelente. Se comparado com o início da década de 90, dificilmente alguma banda hoje em dia consegue lançar algo bom. Mas leia-se: se comparado. Tínhamos o próprio Guns, Nirvana e a galera de Seattle, o Green Day começava a despontar, vindo ali junto com o Bad Religion. Sem falar nos pop rocks da vida, que também não ficavam pra trás. Mas parece que a clausura do Axl serviu pra não ser contaminado pelo que toca na MTV desde então.

Não sei quantos produtores o álbum teve, e quem meteu a mão em que música. A produção é boa, mas em alguns momentos parece que faltou um ganho na voz ou algo do tipo. A música "Catcher in the Rye" (nome em inglês para aquele velho livro "O Apanhador no Campo de Centeio" - J.D. Salinger) apesar de ser boa e rememorar algo dos anos 60 e 70, teve seus vocais meio prejudicados. Além da letra ser meio viajante até pra quem leu o livro.

Se tinha algo que eu gostava na voz do Axl era quando ele cantava em tons baixos, grave mesmo. No Chinese, já não me agradou tudo que ele cantou nesses tons. Como na música homônima ao álbum, em algumas frases fica chato de escutar, mas não tira o brilho da música que tem riffs poderosos. Eu sei que a voz envelhece, mas não posso deixar de falar que fica bem evidente esse envelhecimento de vez em quando. Enquanto, em outras músicas fez bem o trabalho de casa.

Mais um momento que não gostei da voz dele foi em "Madagascar" (bela música por sinal). A mais ou menos 1:20 minuto de música, a vocalização que ele faz ficou um bocado exagerada, e (por que não?) um pouca ridícula, já que parece alguém se esforçando no banheiro para se aliviar de algo que não consegue há dias.
Aproveitando a deixa de "Madagascar" - que acho uma ótima canção (já disse isso né), apesar dos excessos de teclado - no trecho onde ficam várias vozes históricas falando, acho que pecou um pouco em repetir a frase do início de Civil War - "
What we've got here is...failure to communicate." (do filme Rebeldia Indomável , ou Cool Hand Luke em inglês), mas "I have a dream" e "Free at last" (Martin Luther King) deram um toque excepcional, fechando bem o trecho.

Tecnicamente é uma superbanda. Os instrumentais estão bem nervosos, com umas idéias meio loucas de guitarra que eu fico tentanto imaginar como se faz aquilo. Acho que a missão do Axl era tirar o emprego das bandas covers de Guns, porque tem algumas coisas meio bizarras de se executar. Além de serem 3 guitarristas e dois tecladistas (me corrijam se me enganei), o que torna um projeto um pouco megalomaníaco, fazendo com que a banda acabe tendo que tocar em palcos maiores.

Os solos de "Better" cheios de sweeps e efeitos 'espaciais'. Aquele tipo de coisa que quem consegue fazer não é a mesma galera que curte Guns. Ainda mais essa fase nova, que parece um Nu Metal com um Rock Progressivo e vocais sobre vocais (geniais). As linhas (harmonias) de vozes que o Axl montou estão entre as melhores que eu já o vi criar. Músicas como "There was a Time", "This I Love" e "IRS" se destacam nesse ponto, apesar desta última ter um vocalzinho meio estranho no início que também não me agrada muito.

"This I Love" e "Prostitute", na minha opinião são o ponto alto do CD. Bem casadas para criar aquela sensação de "quero escutar outra vez". Você fica com uma das duas na cabeça (com certeza) e só fica vendo a hora de poder escutá-las outra vez. Eu diria que diante da mediocridade que temos nos últimos anos, esse álbum do Guns talvez venha para salvar algo que restou de bom gosto juntamente com Metallica e AC/DC. Chinese Democracy pode vir a ser um divisor de águas. O meu medo é que, do jeito que anda a indústria fonográfica e nossos tão entendidos críticos musicais, este álbum não venha a ocupar a sua posição merecida. Só porque falar mal do Axl e das suas atitudes (no mínimo excêntricas) virou esporte pra essa galera que não tem nada pra escrever de novo. E tem outra coisa: as músicas têm bastantes informações; algo que costuma assustar o público menos acostumado.

Eu poderia ficar horas e horas discorrendo sobre o assunto Guns (Axl) e ainda mais o Chinese Democracy. Na minha concepção o CD é quase uma ópera em se tratando de conjunto, com vários pontos fortes e outros nem tanto. Mas uma coisa é certa, no mainstream não perde pra quase ninguém. O pior é ler críticas negativas como essa da Época, e no número seguinte a mesma revista colocando Malú Magalhães como ótima artista e Nx Zero como a melhor banda de rock do momento. Credibilidade zero. Então escutem vocês mesmos umas duas ou três vezes o Cd e tirem suas próprias conclusões.

Deixo aqui minhas indicações de músicas desse CD:

-
Shackler's Revenge (destaque para as guitarras e os vocais graves e agudos juntos)
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Better (aparentemente a música de trabalho)
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IRS (as variações de andamento merecem atenção especial)
- Madagascar (ótima dinâmica)
- This I Love (de fato a melhor do ábum)
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Streets of Dreams (The Blues para os menos informados)
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There was a Time (Linha de voz excelente, e guitarra desenhando muito bem)
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Prostitute (Seria a melhor se não houvesse This I Love)

As outras também são muito boas. Mas, na minha opinião, são essas as que marcam o álbum.
Então fico por aqui... até o próximo post.

Fiquem bem

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Só pra constar

Já me confudiram várias vezes como aquele Judas que deu o beijo da morte em Jesus.
Principalmente nos países de língua de origem anglo-saxônica.

É que de vez em quando eu falo na terceira pessoa. Um pequeno problema psicológico a ser corrigido. Então, quando me preguntavam de onde eu era, enchia a boca e tirava a maior onda por ser da cidade maravilhosa.
A plenos pulmões falava:

- Judas is Carioca.

Pronto, estava formada a confusão e logo eu era mandado de volta pro Brasil. Achavam que eu estava dizendo Judas Iscariotes. Esse pessoalzinho desses países do norte são meio tapados. Será que eles não percebem que esse cara já morreu?

Bom, esse post era pra eu me apresentar né.
Meu nome é Judas Santos, moro no Rio de Janeiro.

E sou formado em Filosofia, Teologia, Letras, História, Geografia, Anatomia, Análises Clínicas, Arquitetura, Medicina Alternativa, Paisagismo, Cinema e Teatro, Sociologia e, atualmente estou cursando Educação Física.

Me desculpem, mas não revelo minha idade. Sou mais velho que você, tenha certeza.
Gosto muito de ler e ficar sem fazer nada na praia. Que é o lugar onde mais gosto de estudar.

Atualmente escrevo esse blog porque, como entrei pra Educação Física, está me sobrando um tempinho a mais pra escrever sobre o que me der na telha. Então quando estou de "bob" em Copa, ligo meu Laptop ali na Orla e escrevo umas besteiras.

Por enquanto é isso que saberão de mim. Se eu falar tudo vou acabar escrevendo uma Bíblia aqui, e não é esse o objetivo. No próximo post escrevo mais sobre mim, mas acompanhado de um assunto um pouco mais interessante que ainda não me decidi sobre o que será.

Fico por aqui, e até a próxima.

Amém