terça-feira, 28 de abril de 2009

O que Scarface tem a ver com Cidadão Kane?


Esse dias tive a oportunidade de assistir a um dos melhores filmes policiais da história do cinema. Scarface com Al Pacino é a refilmagem de um filme homônimo de 1932 - Scarface, A vergonha de uma nação - de Howard Hawks. O filme conta a história fictícia de um refugiado cubano que é mandado para os EUA com outros 125 mil cubanos na década de 80, no episódio conhecido como Mariel Boatlift. Tony Montana, cuja personagem toma forma pela atuação de Al Pacino, começa de baixo como traficante de cocaína, mas tem uma ascenção imediata quando executa um serviço que tinha tudo para dar errado. Corajoso e audaz, consegue formar um império da droga eliminando os inimigos e apostando alto nas suas ações. O filme cresce de tal forma que já se consegue notar um fim trágico muito antes dele ser anunciado. Sua cena final é espetacular e famosíssima dentre os filmes Hollywoodianos.

Ps.: O filme também é bastante conhecido pela quantidade de 'fuck' dita, principalmente por Tony (veja no fim do post).

No mesmo dia em que assisti ao último, estava discutindo com um amigo meu sobre Cidadão Kane. Ele estava injuriado porque terminou o filme sem saber o que significava Rosebud (não vou contar aqui por seria um spoiler, e não encorajaria as pessoas a assistirem). Achei estranho, porque no final do filme descobre-se o sentido da palavra. E nem precisa prestar tanta atenção assim. Resolvi, então procurar no youtube e consegui encontrar a tal cena, enviando o link logo em seguida. Conclusão: no filme que ele baixou, não tinha a tal cena. Provavelmente cortada por um engraçadinho....rs

Cidadão Kane é baseado na história de William Randolph Hearst (1863 - 1951), um magnata da indústria de jornais norte-americana, e também na vida do próprio Orson Welles (diretor e protagonista). O filme traça a vida de Charles Foster Kane que, cheio de idealismos abre uma editora de jornal mas que com o passar do tempo fica cego pela busca do poder. É feito em flashbacks, onde um jovem jornalista pesquisa sua vida tentando desvendar um sentido para a última palavra dita por Kane pouco antes de morrer - 'Rosebud'.

O filme é considerado o melhor de todos os tempos pelo American Film Institute(AFI) e pelo British Film Institute(BFI)



Curiosidade: Uma coincidência que me ocorreu no dia seguinte é que na série animada Family Guy, que passa na FX, passou um episódio onde numa cena o cachorro Brian comenta que o Peter (pai da família) foi banido da locadora de vídeos da cidade porque gravava em cima dos filmes. E na cena subseqüente, aparece um casal que estava começando a assistir ao Citizen Kane, quando de repente a imagem do filme some e aparece o Peter contando o que é Rosebud, e explicando que agora eles não precisariam mais assitir ao filme todo porque já sabiam o que significava a palavra.

Voltando ao foco deste texto:
Pergunta interessante a do título para quem assistiu os dois filmes, não? Também acho. Inclusive meio improvável pensar sobre isso. Seria estranho dizer que quem assistiu Scarface (1983) assista a Cidadão Kane (1941) porque, além de serem dois filmes de gêneros distintos, eles estão a uma distância de mais de 40 anos de filmagem. Mas, como são dois clássicos do cinema, acho que a maioria dos amantes do cinema (e não precisa ser um cinéfilo cult pra isso) talvez já tenha tido o prazer e a sorte de compartilhar a pipoca com alguém, ou até mesmo sozinho, de frente para esse Al Pacino e aquele Orson Welles.

É incrível a nítida capacidade com que ambos os atores conseguem exprimir a ascensão e a queda de uma figura. Ambos mostram o desenvolvimento de uma insanidade causada pelo próprio trabalho e a busca pela hegêmonia. Apesar de Montana já se mostrar uma pessoa ímpar desde o início, ao se encaminhar para o desfecho, não mais reconhecemos aquele que aparece na primeira cena de Scarface. Com Kane é ainda pior. Sua espécie de demência chega dar agonia, porque não achamos possível que a fome por poder possa chegar àquele ponto.

O fato de ambas personagens serem tão intensas também fica bem evidenciada pelo "grande" amor da suas vidas. Tony Montana, por exemplo, na mesma noite em que conhece seu chefe, Frank (Robert Loggia), vai a uma boate acompanhado do seu melhor amigo, seu superior imediato, e a mulher do Chefe, Elvira (Michelle Pfeifer). Desde já ele desata a tentar convencê-la de largar Frank e ficar com ele. Obviamente um romance proibido que gera sérios conflitos durante a história.
No caso de Kane, sua segunda mulher, Susan Alexander, é um romance proibido no início pelo fato dele ser casado com outra mulher, a qual descobre de forma pouco agradável.
Em ambos os filmes, nenhum dos protagonistas consegue ser feliz no amor e suas mulheres de pouco talento e emocionalmente instáveis se encaminham para o vício de algum tipo de substância (cocaína no caso de Elvira e álcool no de Susan).

Algumas outras semelhanças estão no filme. Mas a última, e aquela que considero mais marcante, é que ambos terminam totalmente sozinhos e loucos em suas moradias, que mais se assemelham a imponentes palácios e/ou castelos. É em Cidadão Kane que temos a famosa Xanadu, descrita como a maior cidade privada do mundo, construída por Foster Kane e considerada o mais caro monumento que um homem construiu para sí próprio. O nome foi tirado de uma antiga cidade Mongol, conhecida por seu esplendor.

Indico fortemente esses filmes a quem interessar possa. E pra facilitar, descobri onde vai passar Scarface na TV. Mas, infelizmente Cidadão Kane não foi possível. Abaixo segue o horário de Scarface e um vídeo bem engraçado, editado com as várias cenas onde se diz a palavra "fuck", da qual eu tinha falado no início desse post.

Scarface na Telecine Cult - Qui, 28/05 às 02h45


quarta-feira, 22 de abril de 2009

Trilhas sonoras mais legais

Achei que seria bem legal escrever sobre trilhas sonoras de filmes. Sei que talvez possa ser um assunto batido. Mas é que vez ou outra escuto uma música bem legal de uma banda que conheço tocando num filme, tanto no fim como às vezes no meio.

Um dia desses estava assistindo "Sete Vidas" (Seven Pounds com o Will Smith) e tocou uma música que gosto muito, cuja versão era de uma banda que fez um show no Vivo Rio no ano passado, o Muse. A música era Feeling Good, que já foi regravada inclusive por artistas como Nina Simone, Michael Bublé, The Pussycat Dolls e George Michael, dentre outros. Foi feita para um musical de 1965, mas tomou a forma que conhecemos hoje quando Nina Simone encostou suas mãos nela.

Por conta disso, resolvi fazer uma pequena lista de músicas que me chamaram a atenção em trilhas sonoras de filmes. Por questão de gosto pessoal, alguns artistas se repetem nessa lista e são de filmes, em sua maioria, da década de 90 para cá:

1) Watchmen(2009) - Take a Bow - Muse
2) Sete Vidas (2008) - Feeling Good - Muse
3) The Matrix (1999) - Rock is Dead - Marilyn Manson
4) The Matrix Reloaded (2003) - Sleeping Awake - P.O.D
5) Crepúsculo (2008) -15 Step - Radiohead
6) Eu os Declaro Marido e... Larry (2007) - High and Dry- Radiohead
7) Closer (2004) - The Blower's Daughter - Damien Rice
8) Armageddon (1998) - I Don't Want To Miss A Thing - Aerosmith
9) Lara Croft - Tomb Raider a Origem da Vida (2003) - Did My Time - KoRn
10) Piaf - Um Hino ao Amor (2007) - La Vie en Rose - Edith Piaf
11) Piaf - Um Hino ao Amor (2007) - Non, Je Ne Regrette Rien - Edith Piaf
12) Across The Universe (2007) - All my Loving - Jim Sturgess (música de Macartney e Lennon)
13) Be Cool - O Outro Nome do Jogo (2005) - Sexy - The Black Eyed Peas (música de Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Will i Am)
14) Uma Linda Mulher (1990) - Oh, Pretty Woman - Roy Orbison
15) Golpe Baixo (2005) - Hella Good - No Doubt
16) Cidade dos Anjos (1998) - Iris - Goo Goo Dolls
17) Cidade dos Anjos (1998) - Uninvited - Alanis Morissette
18) Click (2006)- Linger - The Cranberries
19) Colateral (2004) - Shadow of The Sun- Audioslave
20) 8 Mile - Rua das Ilusões (2002) - Lose Yourself - Eminem
21) 60 Segundos (2000) - Painted on My Heart - The Cult
22) Efeito Borboleta (2004) - Stop Crying Your Heart Out - Oasis
23) O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final (1991) - You Could Be Mine - Guns N' Roses
24) Ghost - Do Outro Lado da Vida (1990) - Unchained Melody - The Righteous Brothers
25) Homem de Ferro (2008) - Iron Man - Black Sabbath
26) Um Lugar Chamado Notting Hill (1999) - She - Elvis Costello
27) Meu Nome não é Johnny (2008) - Metre Jonas - Sá, Rodrix & Guarabira
28) Meu Tio matou um Cara (2004) - Quase todas as músicas
29) Na Natureza Selvagem (2007) - Quase todas - Eddie Vedder (Pearl Jam)
30) Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994) - Girl, You'll Be a Woman Soon - Urge Overkill
31) Romeu e Julieta (1996) - Talk Show Host - Radiohead
32) Tropa de Elite (2007) - Tropa de Elite - Tihuana
33) Tropa de Elite (2007) - Rap das Armas - Mc Júnior & Mc Leonardo

34) Crepúsculo (2008) - Supermassive Black Hole - Muse

Bom, devo ter estrapolado um pouco. Pretendia colocar só umas 20 músicas, mas fui lembrando de outros filmes que não podiam faltar aqui e no final das contas resultou nesses trinta e quatro títulos. Digamos que entre 80 e 90% dessas músicas me lembram de alguma cena específica de cada um desses filmes. E pra você? Qual música mais te lembra de uma cena especial que ficou bem guardada na sua memória?

Espero que gostem e, caso sintam que faltou alguma música, por favor comentem.

Segue abaixo o gatilho desse post. Escutem:


Feeling Good by Muse

segunda-feira, 20 de abril de 2009

De volta e Twittando...

Aposto que não sou o único a fazer isso. Talvez fosse o único se não fizesse isso. Vou contar: sempre levo algo pra ler quando vou ao banheiro. Geralmente o livro que estou lendo no momento. E desde que voltei ao Brasil, aquela revista me persegue. Sim, aquela da capa azul com um passarinho na frente. Ela foi lançada dias antes ao meu retorno. E a sua chamada era “Você já usou o Twitter?” e a minha resposta era “Dá licença que to lendo um livro!”. Mas não adianta, vamos reinar no trono pelo menos uma vez ao dia (quando não mais). E aquela capa azul era tão bonita. Mas não foi ali que conheci o Twitter. Fui convidado por uma banda de amigos chamada Filhos da Judith (Uau, propaganda), e quase um mês após o meu retorno para a Terra Brasilis e exatamente um mês do recebimento daquela, resolvi entrar no Twitter com algumas dicas de uma amiga (a dona do Modices – outra propaganda).

Hoje, talvez eu seja uma pessoa mais feliz, nem sei o porquê e duvido que eu vá descobrir. Mas, a partir do momento que, apesar de conhecer várias das ferramentas de convívio social via internet, você não faz parte daquela que mais bomba e une toda a rede mundial (exceto alguns orientais que a tem no próprio idioma apenas), você pode ser considerado parcialmente um excluído digital. “Mas que exagero!” dirão alguns. Com certeza estou exagerando, mas até onde? Ninguém sabe até quando o Twitter vai sobreviver. Digo isso porque, como li na tal revista, sem um modelo de negócios é difícil que vá longe. Mas com o potencial que tem essa rede, duvido muito que vá acabar tão cedo. Acredito mais num aprimoramento.

Quando falei sobre a tal da exclusão digital, é porque a tendência é que, em pouco tempo quase todos aqueles gostam de estar ‘in’, que usam Orkut, MySpace, MSN y otras cositas más, venham a fazer parte do Twitter e até usa-lo para fins de trabalho. Depois que o Fantástico (conhecido como @showdavida) resolveu parar de ignorar nosso amigo passarinho, duvido bastante que meu vizinho continue só usando o Orkut. Ele gosta tanto de aparecer.

Bom, esse post era mesmo para dar um sinal de vida, depois de tanto tempo sumido, mais por causa da viagem (que estou devendo as histórias). Pretendo escrever agora com mais freqüência sobre banalidades e assuntos de interesse geral.

Nice to see you again.