sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Da Islândia, Sigur Rós

Já há algum tempo que a imprensa musical tradicional se rendera unicamente ao dinheiro e deixara de lado a possibilidade de se ganhar a vida fazendo um trabalho digno e de qualidade. Há excessões. Porém, como dito, são apenas excessões. O Brasil, como qualquer outro país de terceiro mundo, oferece possibilidades ainda menores para que os bons artistas alcancem a luz do sol e o merecido reconhecimento.

Fezlimente, graças ao surgimento de outras mídias, como a Internet, com todos os seus blogs e trackers de torrent, nós, brasileiros, temos conseguido acesso a álbuns antes inacessíveis àqueles que não têm a oportunidade de, mais do que viajar ao exterior, vivenciar culturas estrangeiras.

É nesse cenário, com o apoio das novas mídias, que uma banda de sonoridade rica e diferente chega aos nossos ouvidos. São os islandeses do Sigur Rós, formado em 1994 por três musicos:
  • Jón Birgisson - vocais e guitarras
  • Georg Hólm - baixo
  • Ágúst Gunnarsson - bateria
Após a saída do baterista Ágúst Gunnarsson (que seguiu sua carreira de designer gráfico), a sua substituição por Órri Páll e a admissão de um novo membro, o tecladista Kjartan Sveinsson, a banda se estabilizou e prosseguiu na sua brilhante carreira que já conta com 5 excelentes álbuns de estúdio.



O som da banda revela a sua origem no mundo do pop e do rock, porém traz muitas coisas novas, como a constante participação de um quarteto de cordas e o uso de instrumentos não típicos nesse mundo, principalmente o uso dos metais e da percussão melódica (marimba, celesta, glockenspiel e outros metalofones). Junto a esses instrumentos, somam-se o constante experimentalismo, levado com o coração, não intelectualóide, e o forte apelo emocional que a a vida e as paisagens da Islândia perceptivelmente exercem sobre os membros do grupo.



Belas paisagens sonoras e sons... digamos... oníricos (quanta sinestesia!) dão o tom à obra prima do Sigur Rós: Takk..., álbum lançado em 2005, com 11 músicas e impossível de não se amar. Aos curiosos, com o espírito vivo e a mente aberta, fica a sugestão de mais um excelente disco e o belo e inocente clipe de Hoppípolla, a terceira faixa do Takk...


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